Taarabt foi a solução que se pedia contra a boa organização gilista, que só quebrou em cima do intervalo, através de um autogolo. Pizzi, que tinha falhado um penálti, reforçou a liderança dos goleadores do campeonato. Segue-se a Champions...
A escassos dias da estreia na Liga dos Campeões, o Benfica fez o que lhe competia para vencer o Gil Vicente, sem grande incómodo, mas também sem grande brilho. A vantagem, aliás, chegou à custa de um erro da equipa de Vítor Oliveira em cima do intervalo, já depois de Pizzi falhar uma grande penalidade. O médio viria a redimir-se no 2-0, reforçando a liderança da lista de melhores marcadores, com seis golos. E Adel Taarabt, tantas vezes alvo de piadas fáceis pelos quilos e noitadas a mais, voltou a ser o melhor em campo - começa a ser difícil imaginar o 'miolo' do Benfica sem ele.
O resultado permite à equipa 'encarnada' manter-se a um ponto do líder isolado Famalicão, à espera do que os rivais FC Porto e Sporting irão fazer este domingo, nas deslocações aos terrenos do Portimonense e Boavista, respetivamente.
Com uma nova parceria no meio-campo (Fejsa-Taarabt), o Benfica apresentou-se menos exuberante que o habitual e com dificuldades em entrar pelo corredor central, por culpa de um adversário compacto, a dar pouco espaço entrelinhas, no fundo, com o trabalho de casa feito. Isto obrigou os 'encarnados' a procurar as alas, dando também a Taarabt a missão de encontrar linhas de passe.
Aos 9 minutos, numa transição rápida iniciada precisamente pelo marroquino, Pizzi foi carregado em falta por Ygor Nogueira no interior da grande área (10′). O capitão das 'águias' tentou converter o penálti, tal como já havia feito na jornada anterior com o SC Braga, mas Denis adivinhou o lado e evitou o primeiro golo do jogo com uma boa defesa.
O Gil Vicente foi resistindo, apostando no contra-ataque - Sandro Lima ainda assustou Vlachodimos -, até que Taarabt (45') fez um passe a rasgar a organização defensiva dos gilistas, libertando André Almeida na direita. O lateral cruzou tenso à procura de Raúl de Tomás, que se preparava para empurrar para o 1-0, mas Nogueira surgiu de carrinho a evitar o desvio, acabando por marcar na própria baliza. Na repetição do lance é possível perceber a frustração do avançado espanhol: mais uma vez, até estava lá para marcar, mas a bola não lhe chegou. De resto, esta era a terceira vez consecutiva que o Benfica beneficiava de um golo na própria baliza, depois de dois em Braga.
A segunda parte não foi o 'carrossel' que se esperava, e até foi o Gil Vicente a ameaçar primeiro: Kraev deixou Rúben Dias para trás e rematou em arco com o pé esquerdo, ligeiramente por cima da baliza de Vlachodimos.
Não houve 1-1, houve 2-0. Pouco depois de cabecear às malhas laterais - chegou mesmo a dar a sensação de golo na Luz -, Pizzi lá conseguiu chegar ao golo, com um remate de primeira no seguimento de um canto batido na direita por Grimaldo (53′). Foi o oitavo golo do médio esta temporada, sexto no campeonato.
O ritmo caiu de forma natural a partir do golo de Pizzi, ao mesmo tempo que a mente dos jogadores do Benfica parecia já estar na receção de terça-feira ao RB Leipzig. Já depois das entradas de Caio Lucas e Jota, os campeões ainda tremeram quando Kraev (70'), com Vlachodimos batido, fez a bola passar caprichosamente à frente de toda a linha de baliza. O búlgaro voltaria a aparecer na área já em tempo de compensação, mas o remate saiu ao lado e a equipa de Bruno Lage, que foi controlando a partida, acabou por somar a segunda vitória consecutiva antes do primeiro teste europeu.
O momento
O autogolo de Ygor Nogueira (45'): A infelicidade do defesa central gilista (já tinha cometido a grande penalidade sobre Pizzi), mesmo em cima do intervalo, deixou o Benfica a respirar de alívio e ajudou a 'desenhar' o rumo da segunda parte - provavelmente teria sido outra caso as duas equipas recolhessem aos balneários a zeros.
O melhor
Taarabt: A vida e o Benfica deram uma nova oportunidade a Adel, pegando nas palavras de Bruno Lage, e o marroquino é cada vez mais um jogador importante na equipa. Foi a solução que se pedia para 'furar' a sólida defesa do Gil Vicente - o passe para o primeiro golo dos 'encarnados' é prova disso mesmo - mas não só. Taarabt destacou-se também pela visão de jogo, capacidade de passe e agressividade nas recuperações de bola.
O pior
Ygor Nogueira: Estreia azarada para o defesa central. Cometeu o penálti que Pizzi tentou transformar aos 10 minutos, e acabou a primeira parte a marcar na própria baliza.
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