Benfica sagrou-se campeão pela 37.ª vez após golear o Santa Clara, tendo ainda igualado o recorde de golos dos tempos de Eusébio. E pode agradecê-lo a um homem: Bruno Lage.
Um ano depois do 'penta ciao' (cântico entoado pelos adeptos do FC Porto após a conquista do título em 2017/18), veio a reconquista. O Benfica selou este sábado o quinto título em seis anos, registo que não conseguia desde a década de 70 do século passado. E fê-lo bem ao seu estilo: com golos. Frente ao Santa Clara foram quatro, o que tudo somado dá um total de 103 golos, registo que permitiu à equipa de Bruno Lage igualar um recorde com 55 anos - 1963/64, na altura num campeonato disputado em 26 jornadas. Seferovic, a bisar e a fechar a época como melhor marcador da I Liga, João Félix e Rafa foram os marcadores de serviço na Luz, com César a reduzir para os açorianos.
Ao Benfica bastava o empate para garantir o primeiro lugar do escalão maior do futebol nacional, sabendo que a mais de 300 quilómetros de distância decorria, ao mesmo tempo, um FC Porto-Sporting no Estádio do Dragão. Na Luz, já depois de se ouvir o apito inicial, os adeptos procuravam 'embalar' a equipa para o 37, mas o primeiro golo só surgiu ao minuto 16, depois de um arranque mais dividido quanto à posse de bola e com poucas oportunidades dignas desse nome.
Samaris 'rasgou' a defesa açoriana com um passe fantástico para Seferovic, o avançado suíço recolheu com o pé esquerdo e rematou para o 1-0 e para o 100.º golo do Benfica na temporada. Ainda assim, os comandados de João Henriques estiveram perto de igualar a partida, aos 21 minutos, mas Fábio Cardoso, na sequência de um pontapé de canto, não teve a frieza necessária para bater Vlachodimos.
Na jogada seguinte, aos 23 minutos, Rafa tentou furar na área, Fábio Cardoso ainda desvia e a bola acaba por sobrar para João Félix. O miúdo sentou César, puxou para o pé direito e rematou com frieza para o fundo da baliza, levando os mais de 60 mil espectadores na Luz ao delírio. Dois remates à baliza, dois golos.
Antes do intervalo, aos 39', Pizzi recebeu a bola na direita e cruzou em meia altura para a área açoriana, Seferovic falhou o cabeceamento ao primeiro poste e, na segunda vaga, Rafa Silva finalizou na passada, somando o 21.º golo na presente temporada.
O Santa Clara entrou na segunda parte determinado em mostrar que não estava para humilhações, e, aos 52 minutos, Ukra desarmou Ferro e rematou de trivela,
Três minutos depois, César Martins reduziu para os açorianos, ainda que sem festejar - representou o Benfica em 2014/15, depois de um cabeceamento de Fábio Cardoso à trave da baliza. O Santa Clara não desistiu e procurou chegar ao segundo golo, levado Bruno Lage a tirar João Félix e a lançar Jonas, que não conteve as lágrimas no momento em que pisou o relvado da Luz (pela última vez?). Samaris, também ele bastante emocionado, um dia depois de renovar contrato, deu lugar a Taarabt.
O avançado brasileiro ainda dispôs de duas ocasiões para chegar ao 104.º golo, aos 74 e 78 minutos, mas teve sempre pela frente o guarda-redes do Santa Clara.
O Benfica sagra-se campeão nacional graças a uma segunda volta imaculada - não esquecer que em janeiro estava a sete pontos do FC Porto -, para a qual contribuiu fortemente o desempenho de Bruno Lage, que desde que assumiu o comando técnico dos 'encarnados' nunca perdeu na I Liga, somando um empate e 18 triunfos. Ou seja, 55 dos 87 pontos (porque Rui Vitória também é campeão) que levaram estes 'Super Wings' rumo ao 37.
Momento do jogo
2-0 por João Félix: Momento de classe do jovem avançado do Benfica, a 'sentar' César, puxando de seguida para o pé direito e a rematar com frieza para o fundo da baliza. Um golo que 'embalou' (ainda mais) a equipa para a vitória.
As figuras
Seferovic: São mais dois golos para o currículo pessoal, que permitem ao suíço confirmar o estatuto de melhor marcador do campeonato. 23 golos em 29 jogos. Quem diria, 'Esferovite'?
Samaris: O passe magistral para o primeiro golo de Seferovic foi apenas o início de uma exibição irrepreensível do médio grego, um dia após a renovação de contrato. Bem a recuperar bolas e a lançar a equipa para o ataque. Deixou o campo visivelmente emocionado perante a ovação dos adeptos.
João Félix: Chegou ao 15.º golo num momento de absoluta classe. Voltou a mostrar inteligência e leitura de jogo a nível ofensivo, com bons passes e movimentos de rutura.
Rafa: Veloz e desequilibrador, como já vem sendo hábito, ainda teve oportunidade de fazer o gosto ao pé naquela que é a sua melhor temporada de sempre.
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