Pequeno
Um Benfica pequeno, demasiado pequeno em Munique para um jogo que era decisivo para manter viva a ténue esperança de seguir em frente na Champions. Acho que poucos acreditariam num milagre, mas também era escusada mais uma vergonha.
É certo que o resultado vem na linha do péssimo histórico de resultados do Benfica na Alemanha, e em particular contra este adversário (a única honrosa excepção foi aquela derrota há dois anos por apenas um golo, já com o Rui Vitória ao leme). Mas se o resultado é uma vergonha, o pior é mesmo a forma natural como ele aconteceu. Porque a exibição não tem ponta por onde se lhe pegue. É um daqueles jogos em que ficamos com a nítida sensação de que os jogadores entraram em campo já derrotados. Uma equipa sem vontade, sem alma, sem qualidade e sem rumo aparente. Foi mesmo uma exibição em linha com aquilo que tínhamos mostrado contra o Arouca, só que desta vez o adversário (que tinha para aí metade da equipa indisponível) era outro. Espaço e mais espaço dado aos jogadores adversários, que se quisessem pegavam na bola e corriam a direito para a baliza deixando três ou quatro dos nossos pelo caminho. A defesa a meter água pelo meio, pelas alas, pelo chão e pelo ar, e o Odysseas provavelmente a sentir-se completamente entregue à sua sorte enquanto fazia o pouco que podia para evitar males ainda maiores. Que outro resultado poderíamos esperar? Foram três golos na primeira parte, dois do Robben (quase iguais) e um do Lewandowski, e podiam ter sido outros tantos, que a sensação com que ficamos é a de que cada vez que o adversário atacava arriscava-se a marcar. Este Benfica é uma bênção para qualquer equipa em crise. Logo no início da segunda parte a única jogada digna desse nome que fizemos deu em golo do Gedson, mas bastou um punhado de minutos para o Bayern voltar a marcar. Depois de uma jogada em que o jovem Ribéry arrancou por ali fora e furou pela defesa adentro como se fosse manteiga, o Odysseas safou para canto. E depois da forma mais básica, golo. Foi só despejar a bola para a área e o Lewandowski saltou bem no meio dos nossos centrais para cabecear. Já que tínhamos permitido ao Robben fazer dois golos quase iguais, porque não permitir o mesmo ao Lewandowski? O Ribéry depois acabou mesmo por fazer o resultado mais pesado e o Bayern parou nos cinco, provavelmente porque nem sequer quiseram esforçar-se demasiado por um treinador para o qual andam de costas voltadas.
Melhor do Benfica num desastre destes? Só mesmo se for o Odysseas. Sofremos cinco golos e se não fosse ele se calhar tinham sido oito ou nove ou algo assim.
A manutenção desta situação é incomportável. Ou o Rui Vitória já não tem mão na equipa, ou a equipa é incapaz de perceber as ideias dele, ou pior ainda, ele nem sequer tem ideias sobre como solucionar isto e sair deste buraco onde nos enfiámos. E quando não somos parte da solução, é porque somos parte do problema.
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