Os adeptos pediram mais um troféu para o seu museu, e o Benfica respondeu. Depois do inédito tetracampeonato, os ‘encarnados’ conquistaram, este domingo, a 26.ª Taça de Portugal do seu historial, ao baterem o Vitória de Guimarães por 2-1. E não deixa de ser curioso que tenham sido dois estrangeiros (um mexicano e um argentino) a resolverem a final da prova mais 'nacional' do desporto-rei. Após uma primeira parte sem golos, Raúl Jiménez – que ponta final de época impressionante - desbloqueou o marcador logo no retomar do segundo tempo (48'), com Salvio, pouco depois, a dilatar a vantagem. Zungu, aos 78 minutos, apontou o tento de honra dos vimaranenses.
Para este encontro, Rui Vitória apostou no mesmo onze que havia goleado os vimaranenses há 15 dias, para o campeonato, com Raúl Jiménez a fazer dupla com Jonas na frente de ataque, e Salvio e Cervi nas alas. Do lado dos vitorianos, destaque para Hernâni, que estava em dúvida devido a problemas físicos, a alinhar de início no setor ofensivo.
Como seria de esperar, os primeiros 45 minutos deste Benfica-V. Guimarães nada tiveram a ver com o anterior duelo na Luz. Pedro Martins tinha prometido entrega por parte da sua equipa, o que se verificou. Foi, no entanto, uma primeira parte bem mais lutada do que jogada - daí as substituições forçadas de Fejsa (24’) e de Hurtado (45’). Muitas faltas e ânimos acesos, que nem a chuva intensa ajudou a esfriar, e poucas jogadas de perigo.
Ainda assim, destaque para as intervenções de Hernâni (28’), de bicicleta, a obrigar Ederson a uma excelente defesa e, no lance imediatamente a seguir, Rafael Miranda (29’) a cabecear a centímetros do poste da baliza ‘encarnada’, após canto de Raphinha. Do lado do Benfica, a única oportunidade de relevo pertenceu a Luisão: livre cobrado por Pizzi, com o central a aparecer com espaço na pequena área, mas a cabecear ao lado.
De resto, tanto Rui Vitória como Pedro Martins foram obrigados a mexer na equipa, fazendo entrar Samaris e Celis, jogador que está cedido aos vimaranenses precisamente pelas ‘águias’, para o lugar dos lesionados Fejsa e Hurtado. Esperava-se uma segunda parte bastante mais mexida, especialmente em termos de jogo jogado.
O Benfica, que chegava ao intervalo no controlo do jogo mas um pouco mais retraído do que o adversário, não poderia ter pedido melhor entrada no segundo tempo. A chuva começava a perder intensidade e, como consequência, vieram os golos. Dois deles quase de rajada. O primeiro a surgir do pé de Raúl Jiménez, o homem que esteve grande parte da época no banco: remate do meio da rua de Jonas, Miguel Silva defende para a frente e o mexicano aparece a picar a bola por cima do guarda-redes vimaranense para inaugurar o marcador.
Apenas cinco minutos depois, coube a Salvio, ele que tantas vezes fora criticado pelos adeptos ‘encarnados’, a cabecear para o fundo da baliza de Miguel Silva, após cruzamento perfeito de Nélson Semedo.
Pedro Martins fez entrar Teixeira e Fábio Sturgeon para o lugar de Konan e Hernâni (também ele lesionado), respetivamente, e o Benfica foi recuando no relvado. Jonas, contudo, ainda esteve muito perto do 3-0: cruzamento de Grimaldo, pela esquerda, com o avançado brasileiro a acertar no ferro. Aos 74 minutos, foi a vez de Samaris tentar a sua sorte com um disparo forte do meio da rua, a obrigar à intervenção de Miguel Silva.
Os ‘encarnados’ pareciam ter o jogo controlado, mas a verdade é que o facto de terem baixado as suas linhas acabou por permitir algum entorpecimento na abordagem aos lances. Aproveitou o Vitória, a mostrar que não está para brincadeiras, com Zungu (78’), de cabeça, a apanhar toda a defesa do Benfica (Ederson incluído) desprevenidos. Foi o primeiro golo da equipa de Pedro Martins ao emblema da Luz em quatro anos - não marcava desde a final de 2013, que venceu diante do Benfica, na altura orientado por Jorge Jesus.
Neste sentido, Rui Vitória decidiu apostar na velocidade de Rafa, que rendeu Cervi aos 83 minutos. Já perto do minuto 90, as 'águias' voltaram a estar perto do terceiro, depois de uma jogada de insistência de Jonas. Jiménez ainda tentou assistir Salvio, mas o remate do argentino saiu fraco. Já no tempo de compensação, falhanço inacreditável de Jiménez, a atirar por cima da trave.