Mudança
Estou obviamente desiludido. Porque, como já tinha dado a entender de forma bastante clara no que fui escrevendo ao longo da época, defendia uma política de continuidade. Gosto de estabilidade, detesto mudanças radicais, acredito que quando um projecto é sólido e bem fundamentado a continuidade acaba sempre por dar frutos, e neste caso já estava mesmo a dá-los. Queria portanto que o Jorge Jesus continuasse a ser o nosso treinador. Para minha pena, o Benfica não quis o mesmo e achou que estava na hora da mudança. E nem vale a pena estarem agora a querer fazer do Jorge Jesus o vilão ou o traidor, porque o que aconteceu é normal no futebol ou em quaisquer outras relações profissionais. Se ele vai deixar de ser treinador do Benfica, é porque o Benfica entendeu que não desejava que tal acontecesse. Nem o Jorge Jesus traiu o Benfica, nem quem quer que seja 'roubou' o Jorge Jesus ao Benfica. A partir do momento em que o Benfica o liberta, ele é livre de escolher o seu futuro, e qualquer um está obviamente à vontade para o contratar. Não lhe guardo qualquer rancor, considero-o um dos melhores treinadores que tive a oportunidade de ver no Benfica desde que comecei a acompanhar futebol e agradeço-lhe os títulos conquistados e as muitas alegrias que me proporcionou enquanto cá esteve. Agradeço ainda o muito que considero que aprendi sobre futebol a ver as suas (nossas) equipas jogar. Fica o amargo de boca de considerar que, neste momento, isto foi uma má decisão estratégica da parte de quem dirige os destinos do nosso clube, e espero que nunca venha a revelar-se ser um erro histórico. Os chavões não surgem por acaso, e quando se diz que 'em equipa que ganha não se mexe' é porque a experiência dita que essa é, na maioria dos casos, a melhor estratégia. Mas as pessoas passam e o Benfica continua, sempre e cada vez maior, e o meu apoio continuará a ser tão ou mais forte do que o era com o Jorge Jesus no banco.
Quanto a quem é apontado como o mais provável substituto do Jorge Jesus, Rui Vitória, mantenho também aquela que sabem ser a minha posição. Não é uma escolha que me agrade muito, não seria a minha primeira (ou segunda, ou sequer terceira) escolha e o futebol que as suas equipas apresentam nunca conseguiu despertar-me particular interesse. O meu nível de entusiasmo é comparável ao que senti em 2006, quando anunciaram o Fernando Santos como nosso treinador. Mas se for oficializado como treinador do Benfica, será a partir desse momento o nosso treinador, o meu treinador. Desejar-lhe-ei todo o sucesso do mundo e acreditarei nesse sucesso, porque terei todo o prazer em dar a mão à palmatória no final e reconhecer que estava completamente enganado sobre ele. Afinal, lembro-me perfeitamente que há seis anos atrás não estava nada satisfeito ou entusiasmado com a contratação do Jorge Jesus. O que só mostra que eu nem sequer percebo grande coisa disto
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