Transfiguração
Num jogo com duas partes muito distintas,
vitória justa do Benfica, por um resultado dilatado que acaba por nem deixar
adivinhar as dificuldades por que passámos durante a primeira
parte.
No primeiro jogo 'pós-Javi' a opção do nosso treinador acabou por ser
num meio campo com o Carlos Martins e o Witsel, cabendo a este último ocupar a posição
mais recuada. O resto do onze manteve-se igual ao que venceu tranquilamente em
Setúbal a semana passada. Foi difícil a primeira parte, por culpa própria e
também por culpa do adversário. Sabemos da extrema utilidade que o Javi tinha nos equilíbrios
defensivos da equipa, mas durante a primeira parte onde a ausência se acabou por
notar mais foi nas saídas para o ataque, na fase inicial da construção das
jogadas. O processo habitual de recuo do médio defensivo para permitir que os
centrais abram e os laterais subam rapidamente não resultou com o Witsel, de forma que a
lentidão foi o tom dominante dos nossos ataques. O Carlos Martins esteve
bastante apagado, e o recuo do Witsel pareceu também escondê-lo do jogo -
foram várias as vezes em que vimos o Luisão a actuar praticamente como se fosse um
distribuidor de jogo, e nunca é bom sinal quando a maioria das nossas jogadas de
ataque têm que começar com um central a colocar a bola na frente. Do outro lado
apanhámos um Nacional bem organizado a defender e acertado nas marcações e que
conseguia, uma vez recuperada a bola, sair rápido para o ataque. Apenas por uma
vez o Benfica conseguiu construir uma jogada de real perigo, que terminou num
remate do Salvio ao
poste. De resto, muita lentidão e falta de ideias. A um minuto do intervalo o
Carlos Martins lesionou-se e para o seu lugar entrou o Matic, o que acabou por se revelar
decisivo.
Com o Matic em campo na segunda parte, a equipa já
jogou de uma forma mais familiar. A subida do Witsel no campo também beneficiou a equipa,
pois esteve muito mais em jogo do que o Carlos Martins tinha estado durante a
primeira parte e pressionou os jogadores do Nacional de forma mais eficaz -
durante a primeira parte tiveram quase sempre demasiado espaço e tempo para
jogar. Ao fim de dez minutos decorridos já o Benfica tinha praticamente
resolvido o jogo, após marcar dois golos num espaço de cinco minutos. O primeiro
nasceu de uma iniciativa do Melgarejo pela esquerda, que fez a bola viajar
até ao Salvio na
direita, para depois o Maxi desmarcar-se, evitar a saída do
guarda-redes e centrar para a conclusão de cabeça do Cardozo. O segundo foi obra do Salvio, que sobre a
direita, no meio de uma série de adversários, conseguiu arranjar maneira de sair
dali com a bola e fazer um centro perfeito para uma finalização fácil do
Rodrigo, de cabeça. Com o jogo resolvido o Benfica foi baixando progressivamente
o ritmo do jogo, e os últimos vinte minutos foram jogados de forma muito
pausada. Mesmo assim, foi quase a passo que o Benfica ainda fez o terceiro golo,
novamente pelo Cardozo, a passe do Aimar já mesmo sobre a hora.
O melhor jogador do Benfica foi, na minha opinião,
o Salvio. Mais uma
vez a nossa ala direita esteve bastante activa, pois o Maxi acompanhou-o bem. Boa
(e decisiva) entrada do Matic - o jogo desta noite deverá ter servido para
clarificar que a opção natural para o lugar do Javi será mesmo ele, e também gostei do jogo que o Garay fez. O Rodrigo fez
uma primeira parte muito apagada, mas acabou por conseguir fazer o golo da
ordem. E o Cardozo
mostrou continuar a ter jeito para fazer aquilo que sabe: apareceu no sítio
certo na altura certa, e marcou por duas vezes.
Não foi tão fácil quanto o resultado poderá fazer crer, mas a vitória do Benfica é indiscutível. Fomos a melhor equipa no jogo, e soubemos ser eficazes no aproveitamento das oportunidades que criámos na segunda parte. A transfiguração da equipa da primeira para a segunda parte acabou por justificar plenamente a vitória. Os tempos do 'rolo compressor' já lá vão, mas não deixa de ser agradável termos dez golos marcados nos primeiros três jogos do campeonato.
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Não foi tão fácil quanto o resultado poderá fazer crer, mas a vitória do Benfica é indiscutível. Fomos a melhor equipa no jogo, e soubemos ser eficazes no aproveitamento das oportunidades que criámos na segunda parte. A transfiguração da equipa da primeira para a segunda parte acabou por justificar plenamente a vitória. Os tempos do 'rolo compressor' já lá vão, mas não deixa de ser agradável termos dez golos marcados nos primeiros três jogos do campeonato.
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