Desastre
Empate no batatal de Olhão e enorme passo atrás na luta pelo título, num jogo em que a nossa equipa esteve mal dentro do campo e pior fora dele. Para além de termos perdido dois pontos, perdemos também o Aimar para o próximo jogo, pelo menos.Se calhar é mania ou superstição minha, mas a minha confiança fica sempre um pouco abalada quando vejo que entramos em campo para um jogo fora de casa com dois avançados. Foi o que aconteceu esta noite, e obviamente não me parece que seja por isso que o Benfica não ganhou, mas pelo menos lá me deixou desconfiado. Sobre o jogo, não tenho muito a dizer. Durante a primeira parte jogou-se praticamente em meio campo, com o Olhanense acantonado no último terço e o Benfica a fazer a bola circular de um lado para o outro. Foi frustrante ver o Benfica ter tanta posse de bola (quase setenta por cento) e conseguir fazer tão pouco com ela. É que pode ser apenas distracção minha, mas eu não me consigo recordar de uma única defesa do guarda-redes do Olhanense, ou sequer de um remate perigoso da nossa parte. O Benfica insistiu sobretudo pelo lado direito, através do inevitável Maxi, mas até ele esta noite esteve desastrado nos cruzamentos, que se perderam quase todos sem quaisquer consequências. O Olhanense, como aliás fez durante os noventa minutos, não se preocupou com mais nada senão defender, queimar tempo e pedir a entrada da equipa médica em campo. Mas a principal responsabilidade é mesmo do Benfica, que tinha obrigação de vencer e consequentemente de ter feito mais, muito mais durante estes primeiros quarenta e cinco minutos.
Esperava obviamente a entrada do Aimar para a segunda parte, esperançoso que ele viesse trazer alguma criatividade ao nosso jogo atacante e ajudar a encontrar espaços por entre a muralha defensiva do Olhanense. Não esperava tanto era que o sacrificado fosse o Nolito - às vezes parece um contra-senso tirar avançados quando se quer ganhar, mas eu desejava mesmo era que tivesse saído o Nélson Oliveira, até porque o que vimos foi o Nélson ir-se encostar mais à esquerda. Dada a inépcia do Emerson para atacar, aquele lado quase nunca foi explorado, excepto quando o Gaitán se deslocou para lá. A segunda parte acabou por pouco diferir da primeira. O Olhanense continuou interessado em defender com unhas e dentes (já na primeira parte se andavam a atirar para o chão a torto e a direito, e na segunda com uma hora de jogo já havia jogadores a sofrerem de cãibras). O Aimar não conseguiu mudar muito o nosso jogo, e pior ainda, acabou por ser expulso. Depois disso a opção foi lançar todos os avançados para dentro do campo, e o Benfica acabou o jogo com Cardozo, Nélson Oliveira, Saviola e Rodrigo, com o Gaitán a fazer todo o lado esquerdo, e sem meio campo, pois a opção passou a ser, desde demasiado cedo, bolas directas para a frente. Com onze jogadores apenas me recordo de uma boa ocasião de golo, num cabeceamento do Javi. Com dez, apenas mais duas, já nos minutos finais. Uma cabeçada do Gaitán salva sobre a linha, e um remate do Saviola no último minuto de compensação. Muito pouco.
Não consigo destacar nenhum jogador do Benfica, porque nenhum me impressionou muito favoravelmente. Talvez seja de realçar a capacidade de luta do Maxi, que mesmo quando as coisas não correm bem não desiste, mas isso já não é novidade nele.
Perdemos dois pontos e perdemos o Aimar, pelo que a visita a Olhão salda-se por um desastre. Mas nesta fase não há tempo para perder em lamúrias. Agora só resta mesmo levantar a cabeça e pensar no Chelsea.
Sem comentários:
Enviar um comentário