domingo, 5 de dezembro de 2010

BENFICA - 2 OLHANENSE - 0 - SEM BRILHO

Novo maestro, mas muito menos música, no regresso do Benfica à Luz. Jorge Jesus trocou Carlos Martins por Aimar, mas a orquestra não acompanhou o argentino e a exibição encarnada foi muito menos colorida que a de Aveiro com o Beira Mar. A vantagem, ao descanso, também era magra, mas, diga-se, não se justificava mais para quem tão pouco fez. O segundo tempo trouxe mais um golo, mas o que fez foi confirmar a exibição pálida dos campeões nacionais.
O Olhanense apresentou-se perigoso nos momentos iniciais na Luz. A equipa vinha de cinco jogos sem ganhar e queria inverter a tendência. Primeiro Roberto não deixou, depois o Tacuara Cardozo resolveu e entrou directamente para a História do Benfica, com a ajuda grande de Moretto. No dia em que regressou à Luz, o guarda-redes foi pouco feliz. Talvez nas bancadas poucos o estranhassem, de facto, porque o brasileiro nunca foi consensual por estas bandas.
Pouco consensual foi (ainda é?) também Roberto, que brilhou em lance na cara de Carlos Fernandes e depois a livre de Jorge Gonçalves. O «portero» segurava o nulo; o ritmo que o Benfica metia no encontro também. Não havia desequilíbrios de Coentrão, não havia ligação de Saviola com Aimar, e ora havia Gaitán, ora não. O que havia era David Luiz na defesa, a segurar o que de bom o Olhanense construía. O primeiro tempo terminou com 1-0 no marcador, mas o destaque na Luz era o pouco público, que não se cansou de apoiar uma equipa que tinha menos jogo que aquele que lhe é exigível
Golo anulado e tremer sem ser do frio
Dados iniciais do segundo tempo: Carlos Martins entrou para o lugar de Gaitán e Paulo Sérgio marcou. O camisola 23 do Olhanense sorria, sorria e sorria de alegria, mas a bola já se jogava no meio-campo algarvio, porque o golo fora anulado. E bem, porque Paulo Sérgio tinha o corpo à frente da defesa encarnada. O Benfica tremeu nesse instante. O poste do Olhanense estremeceria depois.

Moretto não voltou a errar e defendeu um livre de Martins, que foi muito melhor que Gaitán; depois entrou Salvio para o lugar de Aimar e, minuto seguinte, o pé esquerdo de Cardozo fazia o poste direito de Moretto tremer. Apesar disso, de um lance de perigo, o encontro era pouco interessante, tão frio como o ar.
Coelho sai da cartola
Parece um paradoxo, mas nesta noite não foi. Quando saiu Aimar, apareceu Saviola. O dez do Benfica tinha tentado puxar a equipa para a frente no primeiro tempo e o compatriota nunca o acompanhou; quando Aimar saiu, Martins pegou na batuta e El Conejo surgiu a tabelar com Salvio, com Coentrão, com Cardozo, naquele estilo de jogo que lhe é habitual.
O que também é comum é o pequeno camisola 30 esconder-se ao segundo poste para marcar. Foi o que fez no 2-0, ao aproveitar um desvio de cabeça de David Luiz. Jogo resolvido na diferença de dois golos, encontro jogado nos serviços mínimos e pensamento no Schalke, esse sim, decisivo para continuar na Europa. Em suma, o Benfica cumpriu, numa partida que ficará marcada pelo golo de Cardozo, que iguala Mats Magnusson como o maior goleador estrangeiro do clube.

Sem comentários: