domingo, 29 de outubro de 2023

10 - BENFICA - 1 CASA PIA - 1 - MAU DEMAIS

 Benfica deixou fugir os primeiros pontos em casa na presente edição da Primeira Liga, depois de mais uma exibição 'apagada' na Luz. Schmidt tinha dito que o meu momento se restringia à Champions, mas agora transpôs-se também para o campeonato.

Análise Benfica 1-1 Casa Pia: E agora, já se pode falar em crise?
O desalento de Rafa Silva ao ver o Benfica desperdiçar uma boa oportunidade ao cair do pano e deixar fugir dois pontos na Luz. FILIPE AMORIM/LUSA © 2023 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Assobios, muitos assobios. Foi assim no Estádio da Luz depois do apito final após o Benfica deixar fugir a vitória e perder dois pontos na receção ao Casa Pia. As águias estiveram bem longe de fazer uma boa exibição (só depois de sofrerem o golo do empate, a dez minutos do fim, sufocaram verdadeiramente o adversário) e, apenas quatro dias depois de perderem com a Real Sociedad para a Liga dos Campeões, os encarnados voltaram a escorregar no seu terreno, agora para a Primeira Liga.

Na conferência de imprensa de antevisão ao encontro, Roger Schmidt tinha dito que este era o pior momento desde que estava ao leme das águias na Liga dos Campeões, mas não no campeonato, sublinhando que depois da derrota na jornada inaugural a sua equipa havia somado sete vitórias consecutivas na prova, ainda que nem sempre jogando bem. Só que na noite de sábado, na receção ao Casa Pia, voltou a não jogar bem...e desta vez pagou caro por isso. A crise que Schmidt admitia na Liga dos Campeões, terá agora chegado - também a nível de resultados - ao campeonato.

As águias poucos lances de perigo criaram nos primeiros 45 minutos e foi com alguma felicidade - e alguma arte de João Mário - que foram para o intervalo a vencer por 1-0, graças a um golo do médio mesmo ao cair do pano da primeira parte. Na segunda parte viram Trubin adiar o golo dos visitantes, ao defender uma grande penalidade, mas foram traídas por uma abordagem infeliz do guardião ucraniano no lance que ditou o empate. Depois, sim, o Benfica correu atrás do prejuízo, mas foi demasiado pouco, demasiado tarde.

As exibições menos conseguidas não são de agora (por exemplo, na jornada anterior, antes da paragem para as seleções e para a Taça, o Benfica tinha precisado de um golo nos descontos do segundo tempo para vencer o último classificado, Estoril), mas agora corresponderam a uma escorregadela em casa diante de um adversário que luta por outros objetivos. Algo que não aconteceu na temporada passada, em que, na caminhada para o título, no Estádio da Luz o Benfica só perdeu pontos ante os rivais Sporting e FC Porto, vencendo os restantes 15 jogos.

A história do encontro em fotos

O jogo: no melhor pano caiu a nódoa

Depois da má exibição frente à Real Sociedad, Roger Schmidt promoveu várias mexidas no onze inicial, com destaque para a presença de Florentino (tão pedida pelos adeptos) no meio campo e para a titularidade de Arthur Cabral na frente (Musa ficou de fora devido a uma amigdalite, mas o brasileiro voltou a não convencer).

O Benfica até pareceu entrar cheio de vontade de fazer as pazes com os adeptos, mas o ímpeto inicial depressa se perdeu e as ocasiões de golo escassearam nos primeiros 45 minutos. Apenas Arthur Cabral, aos 24 minutos, e Neres, aos 34, ameaçaram o golo, antes de este surgir quando já todos esperavam o intervalo, num lance em que Aursnes serviu João Mário e este, com um remate brilhante, pleno de intenção e colocação, abriu o marcador.

Em vantagem ao intervalo, o Benfica poderia partir para uma segunda parte tranquila, mas isso esteve longe de acontecer. O Casa Pia entrou bem no segundo tempo e conquistou uma grande penalidade. Trubin - que havia já defendido um penálti em Portimão, algumas jornadas atrás - brilhou e defendeu o remate de Felippe Cardoso, recebendo uma enorme ovação dos mais de 57 mil adeptos presentes no Estádio da Luz. Só que no melhor pano caiu a nódoa e, depois de brilhar nesse lance, o guarda-redes do Benfica comprometeu no lance do golo do empate do Casa Pia, aos 81 minutos, ao deixar passar por entre as pernas o remate de ângulo apertado de Larrazabal.

Ao ver-se empatado com menos de dez minutos para jogar até aos descontos (mais os sete de desconto que o árbitro viria a dar), o Benfica reagiu e conseguiu criar vários lances de perigo, enviando mesmo duas bolas à trave, em cabeceamentos de Florentino e António Silva. Mas não conseguiu voltar a marcar, viu dois pontos escaparem por entre as mãos e acabou a ouvir os adeptos a assobiar.

O momento: Empate por entre as pernas de Trubin

Minuto 81: o Benfica vencia pela margem mínima e o Casa Pia ia acreditando que podia fazer uma surpresa no Estádio da Luz. Os gansos tinham ameaçado no minuto anterior e, depois, marcaram mesmo. Larrazabal entrou na área pela direita no seguimento de uma excelente jogada individual, deixou para trás Jurásek e, já de ângulo apertado, rematou rasteiro e cruzado. A bola passou por baixo das pernas de Trubin e os casapianos chegaram ao empate.

A figura: Larrazabal foi dor de cabeça para a águia

O ala direito espanhol não comprometeu nunca a defender, até porque o Benfica atacou muito mais pelo flanco oposto, e aproveitou para, aos poucos, se soltar e causar o pânico com as arrancadas pela direita no segundo tempo. Ameaçou algumas vezes, e ao minuto 81 marcou mesmo o golo que valeu um ponto à sua equipa no terreno dos atuais campeões nacionais.

As reações

Schmidt diz que Benfica "esqueceu-se de decidir o jogo", Aursnes considera empata "desapontante"


Filipe Martins não acreditava que o Benfica "estivesse tão mal como diziam", Fernando Varela sabia que o Casa Pia podia "fazer mossa"

O resumo


terça-feira, 24 de outubro de 2023

LIGA CAMPEÕES - BENFICA - 0 REAL SOCIEDAD 1 - DERROTA

 Bascos venceram na Luz por 1-0, e os encarnados somaram a terceira derrota na Champions.

Benfica perde frente à Real Sociedad e complica muito as contas na Champions
Benfica perde frente a Real Sociedad e complica muito as contas na Champions © 2023 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

O Benfica foi derrotado, esta terça-feira, em casa frente à Real Sociedad por 1-0 e somou a terceira derrota em outros tantos jogos na fase de grupos da Champions. Com este triunfo, os bascos igualam o Inter no topo da classificação. As águias não marcaram um só golo na fase de grupos até ao momento.

Veja a classificação do grupo

A tarefa não se afigurava fácil frente ao quinto classificado da La Liga, uma equipa com francos argumentos coletivos e que veio confirmar os seus pontos fortes na Luz, deixando o Benfica com vida muito difícil para seguir para a próxima fase da Champions. É que em três jornadas disputadas até ao momento, o Benfica soma zero pontos. Faltou agressividade, rasgo à equipa encarnada na primeira parte. Com as alterações protagonizadas por Schmidt, a equipa não conseguiu mudar a toada do jogo, e só na parte final da partida se aproximou com maior perigo da baliza dos espanhóis.

Onze do Benfica

Em relação ao onze que foi lançado por Roger Schmidt, o técnico alemão deixou Kökcü no banco e lançou Petar Musa no onze. Di María nem sequer marcou presença na ficha de jogo. A nível coletivo as águias praticamente não existiram. Desde cedo, que a Real Sociedad chamou para si a batuta da partida, com Takefusa Kubo como protagonista, o jogador em destaque na equipa espanhola.

No primeiro tempo, foi no lado esquerdo, onde estava David Jurasek, onde caiu a equipa basca. O primeiro sinal de perigo foi mesmo do japonês. Pontapé rasteiro forte a passar ao lado da baliza de Trubin.

Sem fazer muito por isso, o Benfica chegou ao golo. Musa marcou, mas havia fora de jogo de Rafa, tinha assistido o avançado croata. Musa esteve novamente em destaque ao finalizar por cima, num bom pontapé.

Aos 18 minutos, Boa jogada de Jurasek na esquerda, a passar por um adversário e depois a deixar para a finalização de Musa, por cima da baliza. Apesar destes primeiros sinais do Benfica, era a Real Sociedad que dominava o jogo, sempre muito tranquila em posse e a chegar ao ataque com facilidade.

Kubo voltou a abrir o livro: Passou por Otamendi numa grande jogada e depois atirou por cima. Chegava ao fim a primeira parte, com o Benfica sem capacidade para incomodar os espanhóis, e com a equipa basca a merecer a vantagem.

O segundo tempo iniciou-se com o mesmo mote, com a Real Sociedad no controlo do jogo. Logo a abrir, Trubin negou o golo depois de um pontapé de Zubimendi.

Roger Schmidt mexeu na segunda parte. Lançou Arthur Cabral e tirou Musa de campo. Saíram depois Jurasek e Neres, para as entradas de Bernat e Tiago Gouveia. A equipa passou a jogar com 4-3-3.

Contudo, as alterações não surtiram efeito a nível tático, e a Real Sociedad continuou a dominar o jogo. Também por isso, o golo surgiu com normalidade. Barrenetxea recebeu na esquerda, cruzou atrasado e Brais Méndez finalizou para o fundo da baliza.

Em vantagem, os visitantes voltaram a estar perto do golo. Grande pontapé em arco de Kubo, a embater na barra da baliza dos encarnados.

O Benfica só reagiu no fim, e Aursnes dispôs de uma das melhores oportunidades do Benfica em todo o encontro. Cruzamento de Tiago Gouveia, Muñoz fez o corte, e o norueguês em boa posição atirou para as mãos de Remiro.



Lição de futebol da Real Sociedad na Luz, com o Benfica a ter que fazer pela vida se ainda quiser evitar a eliminação das competições europeias.