domingo, 20 de agosto de 2023

1- BOAVISTA - 3 BENFICA - 2 - INCRIVEL PERDER ESTE JOGO

 

Falso

Arranque em falso na liga, por culpa de um jogo onde praticamente tudo o que poderia correr mal correu mesmo. Isto redundou num resultado igualmente falso - uma derrota num jogo que tudo fizemos para ganhar e merecemos mesmo ganhá-lo, mas no qual por caprichos do futebol a vitória acabou mesmo por cair para a equipa que não fez absolutamente nada para a conquistar.

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O onze que apresentámos não teve surpresas, houve apenas duas alterações em relação à equipa que conquistou a Supertaça e eram mais do que esperadas: Jurasek no lugar do Ristic e entrada do Musa para a frente de ataque, com a consequente saída do João Mário do onze. O início de jogo mostrou-nos um Boavista a jogar de forma tipicamente agressiva, tentando entrar de forma a intimidar o Benfica. Isto dificultou a nossa tarefa de impor o nosso jogo durante os minutos iniciais, mas o arraial de pancadaria do Boavista valeu-lhe três amarelos aos três médios ainda no primeiro quarto de hora, o que contribuiu para lhes refrear os ânimos. Melhor ficaram as coisas quando aos vinte e dois minutos o Benfica se colocou em vantagem: ainda sobre o meio campo o Rafa ganhou uma bola em antecipação a um defesa, correu isolado em direcção à baliza e depois já na área tocou a bola para o lado, deixando ao Di María a tarefa simples de empurrá-la para a baliza deserta. Tudo a correr bem, jogo completamente controlado e Boavista quase inofensivo, até porque a desvantagem no marcador era um duro golpe para um equipa cujo único objectivo parecia ser jogar para o pontinho. No entanto, e se calhar porque eu tenho tendência a estar permanentemente insatisfeito, achei que com o controlo quase absoluto que tínhamos do jogo nos faltou um bocado mais de assertividade. Pareceu-me que a nossa atitude esteve quase a roçar a sobranceria, demasiado convictos da nossa superioridade e de que mais cedo ou mais tarde novo golo acabaria por surgir, sem que tivéssemos que carregar muito para que isso acontecesse. Pareceu-me muito aquele espírito do 'deixa andar' que isto se resolve.

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Nada parecia indicar que as coisas mudariam na segunda parte, mas logo nos minutos iniciais o Musa, ao disputar uma bola, deixou o pé resvalar sobre a mesma e acertou em cheio com os pitons na canela de um adversário. O vermelho naquela situação era simplesmente inevitável, e vendo-se em desvantagem numérica a opção do Roger Schmidt foi trocar o Di María pelo Morato e passar a jogar com três defesas. Para piorar a situação, quase de seguida o Boavista aproveita uma bola que ficou solta na zona do segundo poste depois de um cruzamento fazer a bola bater no Jurasek, e no primeiro remate que fez à baliza empatou o jogo. A situação complicava-se: empatados e em inferioridade numérica, perante um adversário motivado por ter aproveitado a expulsão para imediatamente empatar. Mas como escrevi antes, a única estratégia do Boavista era jogar para o pontinho, e o empate tinha-lhes caído literalmente do nada. Foi por isso completamente indiferente que o Benfica estivesse em desvantagem numérica, porque dominou completamente o jogo apesar disso, e de forma ainda mais evidente do que o tinha feito durante a primeira parte com onze contra onze. O segundo golo não era apenas provável mas quase inevitável, e depois de já ter visto o Rafa acertar na trave, foi o mesmo Rafa quem o obteve, numa jogada em que só à terceira tentativa a bola entrou, depois de duas defesas do guarda redes em que a segunda, depois de uma recarga do João Neves, levou a bola a embater na trave. Faltavam quinze minutos para o final, o Benfica dominava, o Boavista mostrava uma completa incapacidade para reagir e tudo parecia encaminhar-se para um final feliz. Até que mesmo sobre o final do encontro, e à falta de melhores ideias, o Boavista optou pelo chutão para a área. Um lance aparentemente inofensivo, só que o Vlachodimos teve uma branca e saiu desmioladamente da baliza. A defesa não foi eficaz a afastar a bola e o lance acabou com um penálti cometido pelo António Silva, que mais uma vez de forma completamente inesperada e imerecida deu o empate ao Boavista - que desde o seu primeiro golo não tinha voltado a rematar à nossa baliza. Ainda longos minutos de compensação, mais uma vez o Benfica completamente por cima e a carregar à procura da vitória, e mais uma vez a falta de sorte a aparecer: um remate de primeira do Neres à entrada da área levou a bola a embater com estrondo na barra e a ressaltar para fora - teria sido logo a abrir um dos golos do ano. E para piorar, como se o empate não fosse já uma injustiça atroz, nos instantes finais (já em igualdade numérica, depois do VAR ter alertado para uma expulsão de um jogador do Boavista) lançámo-nos de forma completamente irresponsável para o ataque, colocando os centrais na frente, e uma perda de bola deixou um adversário isolado para correr metade do campo e fazer o terceiro para o Boavista. O Boavista fez três remates à baliza durante o jogo, e marcou três golos.

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O melhor jogador do Benfica foi o Rafa. Assistência para o primeiro golo, marcou o segundo, enviou mais uma bola à trave e foi sempre o jogador mais perigoso do Benfica. Para além dele, bom jogo do João Neves, que raramente sabe jogar mal, e boa entrada do Neres no jogo. Pela primeira vez em várias épocas o Vlachodimos tem concorrência séria pelo lugar e não pareceu lidar bem com a pressão. A cometer erros como o que resultou no segundo golo do Boavista só está a facilitar a vida ao seu concorrente.

 

É mau começar o campeonato a perder, mas isto não foi um jogo normal. Houve demasiada coisa a acontecer, e ao menos se é para nos correrem mal as coisas, então que aconteça logo tudo num só jogo. A parte positiva para mim foi mesmo a forma como lidámos com a expulsão: mesmo em inferioridade numérica dominámos completamente o adversário e fomos muito superiores. Acabámos por não ser felizes, também por culpa própria e erros individuais, mas há outras coisas que fazem parte do jogo e que não controlamos. Se o remate do Neres tem entrado provavelmente estaríamos aqui a falar de uma vitória épica. É deitar este resultado rapidamente para trás das costas e retomar o caminho certo.

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