O Benfica fez história da Luz, depois de aplicar 'chapa 3' ao Barcelona, com um bis de Darwin e um golo de Rafa. Encarnados estão na segunda posição ao cabo de duas jornadas no grupo E, com quatro pontos.

Era o jogo para colocar a invencibilidade à prova. O Barcelona sim, mas sem o génio Messi, em reconstrução, mas sempre o gigante europeu.

O momento era de confiança para os homens de Jesus, perante sete vitórias consecutivas na Liga. Perante um Barça sem a sua grande figura, num período complicado - Vinha de três vitórias e três empates em seis jogos no campeonato espanhol - era sim real a possibilidade dos encarnados poderem somar três pontos.

Que partida da equipa encarnada! Escrevam a data: 29/09/2021, o dia em que os encarnados bateram o Barcelona por 3-0. Só por uma vez o Benfica tinha vencido o Barcelona e em campo neutro, na década de 60, ano em que conquistou a Liga dos Campeões. Desta feita: Os encarnados não só venceram, mas aplicaram 'chapa 3'.

Onzes: Para a partida frente ao Barcelona, os encarnados colocaram o mesmo onze que tinha vencido o V. Guimarães. Por sua vez, num Barcelona que se apresentava desfalcado, sem homens por exemplos como Jordi Alba ou Braithwaite, Koeman mudou quatro pedras: Saíram Gavi, Mingueza, Nico González e Coutinho e entraram Pedri, Araújo, Sergi Roberto e Frenkie.

Se há entradas que fazem sonhar, arranques que impulsionam os adeptos, foi o exatamente o que o Benfica fez nos primeiros minutos da partida. E não houve melhor forma de começar do que marcar a um histórico...logo aos três minutos. A um histórico que se sentiu tão órfão, tão perdido, longe dos melhores dias, mas ainda assim o Barcelona.

O sonho iniciou-se ao minuto 3´. Weigl lançou Darwin. O uruguaio cheio de ginga, pedalou sobre um adversário e atirou rasteiro para o fundo das redes.

Inspirado pelo golo, o Benfica olhava desde logo para o segundo e Yaremchuk colocou Ter Stegen à prova.

Mas o Barcelona mesmo apagado, mesmo desacreditado, é sempre o Barcelona e tem ainda assim jogadores de classe, capazes de resolver os jogos. Se no ataque começou por aparecer Darwin, Lucas Veríssimo lá atrás era uma muralhava. Salvou aos 11´, num corte milagroso, ao tirar a bola que já se reencaminhava para a baliza de Luuk de Jon, numa jogada iniciada por Pedri. Pedri, um dos meninos e prodígios do Barcelona, tirou as medidas à baliza e atirar
à entrada da meia lua, com a bola a passar próximo da base do poste de Vlachodimos aos 18.

Aos 28´, foi novamente Lucas Veríssimo a brilhar, a fazer a vida difícil a Depay, que não conseguiu finalizar da melhor forma. Na primeira parte, o Barcelona ainda tentou mostrar as garras. Luuk de Jong teve a possibilidade de fazer o empate, mas de forma escandalosa, voltou a passar ao lado do empate.

Mesmo com o Barcelona a crescer após o golo do Benfica, os encarnados mantinham-se sólidos, confiantes com bola frente a uma grande equipa. Em cima do intervalo, Koeman viu-se obrigado a tirar Piqué de campo, percebendo que o defesa catalão podia ter sido expulso por entrada sobre Rafa, que seria o segundo cartão amarelo.

Depois de uma primeira parte dividida, o Benfic fez uma segunda parte taticamente perfeita. O Barcelona é de facto uma equipa com muitos jogadores jovens, sem a capacidade financeira do passado, mas o que é certo é que os encarnados aproveitaram. Na primeira parte, o Barcelona até teve mais oportunidades, mas na segunda parte os encarnados acabaram por ser letais no contra-ataque.


E quando os gigantes estão uns furos abaixo, as equipas em teoria mais fracas, podem fazer das suas. Acabou por não ser surpresa alguma a vitória do Benfica.

Com o Barcelona a precisar de chegar ao empate, com Koeman a precisar de mexer no jogo foi o Benfica que voltou a marcar. Aos 69´, João Mário tabelou com Yaremchuk que apareceu na cara de Ter Stegen. Depois de uma primeira defesa, a bola sobrou para Rafa que fez o 2-0.

Já com o Barcelona destroçado, os encarnados acabaram por coroar a vitória numa grande penalidade de Darwin ao minuto 79´.

O Barcelona teve mais posse, 58 contra 42, mas pouco criou para colocar em perigo a baliza de Vlachodimos. O Benfica numa vitória personalizada, acaba por garantir uma vitória para os anais da sua história.