Nas meias-finais, a França vai defrontar a Espanha, que venceu a Alemanha por 2-1, após prolongamento.
Portugal está fora do Euro 2024. A seleção nacional perdeu esta sexta-feira no Volkspark Stadion em Hamburgo, diante da França por 5-3 nas grandes penalidades. Depois de 120 minutos sem golos, tal como nos oitavos de final diante da Eslovénia, o jogo foi decidido nos penáltis, onde só João Félix falhou.
Quanto ao encontro, as duas equipas repartiram as raras oportunidades de golo, mas sem acertar com o alvo.
Nas meias-finais, a França vai defrontar a Espanha, que venceu a Alemanha por 2-1, após prolongamento.
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Ao contrário do que se esperava, Roberto Martinez não fez alterações no onze que entrou em campo nos 'oitavos' diante da Eslovénia. Destaque para Cristiano Ronaldo que chegou aos 30 jogos em fases finais de Europeus. Um recorde difícil de alcançar. Já no lado francês, Didier Deschamps lançou Camavinga no lugar do castigado Rabiot e na frente, Kolo Muani foi a aposta, no posto de Marcus Thuram. Ao ser titular, Griezmann chegou os 16 jogos em Europeus, igualando o recorde francês de Lilian Thuram, o pai de Marcus Thuram
Controlar com bola
O jogo de Portugal nada mudou em relação aos quatro duelos anteriores. Muita posse de bola, segurança na saída, procura de combinações e Rafael Leão a acelerar na direita, o único homem que assustava do lado luso. O extremo deu cabo de Jules Koundé, mas os seus cruzamentos acabavam nas pernas dos centrais Saliba e Upamecano que apareciam a dobrar o lateral. Dos muitos cantos que Portugal foi conquistando, nada pode tirar desses lances de bola parada.
Na baliza francesa, Maignan ia tendo menos trabalho que Diogo Costa, mas nem por isso sem sustos. Cedeu um canto num atraso de Upamecano. Viu Bruno Fernandes ameaçar de longe num remate em zona central desviado por Saliba aos 16, e num livre direto que bateu na barreira. Portugal controlava o jogo, mas era preciso meter uma velocidade acima na circulação e haver mais gente perto da zona de finalização.
Se ofensivamente Portugal estava curto, defensivamente ia dando conta do recado perante uma França com Mbappé, Griezmann e Kolo Muani na frente, e com Kanté a chegar à área. João Cancelo a ganhar nos duelos com Mbappé, Pepe imperial a mostrar toda a sua experiência e calma, aos 41 anos. Palhinha, igual a si próprio, ganhando duelos em todo o campo. Nuno Mendes, o mais ofensivo dos laterais no primeiro tempo, teve algumas dificuldades.
Onde estás, Mbappé?
Tal como se previa, a França não se importou de não ter bola, dando a iniciativa à Portugal para depois tentar sair rápido em contra-ataque. Os gauleses alternavam entre acelerar o jogo e pausar mas, à entrada para o último terço, o objetivo era quase sempre o mesmo: encontrar Kyllian Mbappé, a estrela da equipa.
O craque de 25 anos procurou combinações com Griezmann e Kanté, o médio com mais chegada. O antigo jogador do Chelsea era o principal transportador de bola da França, tirando partido da sua velocidade e das suas incursões pela zona central, aparecendo no espaço entre Palhinha e os centrais lusos.
Com Portugal mais fechado junto da sua área, os remates de longe eram opções válidas para a França. Théo Hernández aos 20, Mbappé aos 22, testaram a atenção de Diogo Costa, o primeiro num remate de fora da área que o guardião sacudiu com os punhos.
Apesar da falta de golos e de apenas um remate enquadrado, ao intervalo, os adeptos das duas equipas iam dando espetáculo no Volkspark Stadion, em Hamburgo.
Ameaça de golo nas duas balizas
O segundo tempo trouxe o mesmo jogo, mas com nuances diferentes. Vitinha a arriscar mais incursões pelo corredor central, os laterais mais ofensivos. Foi assim que o médio do PSG combinou com Rafael Leão e rematou de pronto, para uma grande defesa de Maignan, aos 64. Antes, o mesmo Leão tinha dado um 'bigode' a Koundé, valendo aos gauleses um corte decisivo de Camavinga na área.
Mas antes de Vitinha, a melhor oportunidade de Portugal tinha saído dos pés de Bruno Fernandes. Fantástico o passe de Cancelo, inteligente o movimento do médio a aproveitar o espaço para correr e rematar dentro da área, para grande defesa de Maignan.
Portugal subia no terreno, a França tinha mais espaço para atacar, como gosta. Foi assim que Kolo Muani combinou com Kanté, isolou-se e atirou, para um corte fantástico de Ruben Dias, a negar o golo ao atacante, aos 67 minutos. Aos 69, é Camavinga a rematar a meia volta, com o pé direito, com a bola a tirar tinta do poste de Diogo Costa. A França crescia no jogo, Portugal precisava de uma reação.
Reação essa que veio do banco, quando Roberto Martinez tirou João Cancelo e Bruno Fernandes para lançar Nelson Semedo e Francisco Conceição, aos 74, sete minutos depois de Deschamps ter trocado Griezmann por Dembelé, que passou a criar dificuldades ao lado esquerdo português. O extremo do PSG também tirou tina da barra de Diogo Costa, num remate colocado de fora da área.
Dembelé, aliás, foi o último homem a criar perigo antes do tempo extra, num remate bloqueado pela defensiva portuguesa. Acabaria eleito Melhor em Campo, mesmo tendo entrado no segundo tempo.
Por falar em trocas, Roberto Martinez não quis correr riscos e tirou o amarelado Palhinha para colocar Rúben Neves em campo. Deschamps trocou Camavinga por Fofana.
O que é isto, Ronaldo?
Pediam-se ideias diferentes, inteligência e criatividade nos 30 minutos extra. Francisco Conceição puxou disso mesmo aos 93, com uma finta fantástica na área antes de deixar em Cristiano Ronaldo. O capitão atirou para fora, para desespero dos colegas e adeptos da Seleção. Soberana oportunidade desperdiçada.
Respondeu a França por Dembelé, o mais perigoso em campo, numa arrancada em que deixou quatro portugueses para trás, antes de deixar em Mbappé. O avançado chutou contra as pernas de Pepe, uma monstro à frente da baliza de Diogo Costa. Que jogaço! O central de 41 anos festejou como se de um golo se tratass
Mbappé foi depois rendido por Barcola.
O resto do tempo foi passado com as duas equipas a arriscarem pouco, como já vinha a acontecer. Mesmo assim Nuno Mendes podia ter sido herói quando arrancou do meio-campo, deixou em Bernardo que lhe devolveu a bola para um remate com o pior pé (o direito), dentro da área, para defesa fácil de Maignan.
Nas grandes penalidades, Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva e Nuno Mendes marcaram para Portugal, João Félix atirou ao poste. Pela França marcaram Dembelé, Fofana, Koundé, Barcola e Théo Hernández, que assim venceu por 5-3.
Cristiano Ronaldo, que deve ter feito o seu último Europeu, deixa a prova sem qualquer golo. O capitão não marca em fases finais de grandes torneios (europeus e mundiais) há nove jogos seguidos.
A França volta a levar a melhor sobre Portugal em jogos a eliminar, tal como fez nas meias-finais, dos Europeus de 1984 e 2000 e do Mundial de 2006. Antes, a seleção lusa tinha batido os franceses na sua casa, em Paris, na final do Euro 2016.
Nas meias-finais, a França vai medir forças com a Espanha, que eliminou a Alemanha por 2-1, após prolongamento.