terça-feira, 10 de março de 2020
sábado, 7 de março de 2020
V.SETUBAL - 1 BENFICA - 1 - MAU DEMAIS
'Águias' estiveram a perder, Pizzi empatou de penálti, mas falhou outro e os 'encarnados' somaram o sétimo jogo sem ganhar nos últimos oito.
Vitória de Setúbal e Benfica empataram este sábado a um golo no Estádio do Bonfim. O conjunto da casa marcou primeiro, a abrir o segundo tempo, por intermédio de Carlinhos, as 'águias' empataram logo depois, numa grande penalidade convertida por Pizzi - que viria a desperdiçar outra grande penalidade - mas não conseguiram evitar novo resultado negativo: nos últimos oito jogos o conjunto 'encarnado' só ganhou um.
Bruno Lage apostou em algumas novidades para o 'onze' inicial das 'águias'. Se na defesa, um dos setores mais criticados nos últimos tempos, não houve mexidas - até porque as alternativas não serão muitas nesta fase da época - no centro do meio campo Samaris foi de novo titular, mas Taarabt recuou para jogar ao lado do grego e o alemão Weigl começou no banco. Também no banco começou Rafa, com Cervi titular pela esquerda e Chiquinho a jogar de início no apoio ao ponta-de-lança, Carlos Vinícius.
Do lado do Setúbal, grande parte das atenções estavam viradas para o seu guarda-redes, Makaridze, depois das polémicas declarações de há uma semana.
O encontro começou numa toada relativamente lenta. O Setúbal pausava o ritmo sempre que conquistava a bola e o Benfica não conseguia criar desequilíbrios quando saía para o ataque. O primeiro remate a uma das balizas só aconteceu aos 12 minutos. Depois de uma jogada de insistência do Benfica pela esquerda, Grimaldo cruzou da linha de fundo, rasteiro, Vinícius ajeitou para Chiquinho, que rematou, mas o disparo saiu uma rosca para fora.
O Vitória tentou responder e Ghilas apareceu isolado perante Vlachodimos pouco depois, mas estava em posição irregular, o mesmo sucedendo com Vinícius, no lance seguinte, na boa área, quando o brasileiro, servido por Pizzi, surgiu a rematar (por cima) já na pequena área sadina.
Benfica começa a 'encostar' anfitriões, mas são os da casa os primeiros a ameaçar
Os minutos foram passando e o Benfica começou a crescer. As 'águias' remeteram o Vitória de Setúbal para o seu meio-campo mas, lances de perigo, nem vê-los. Aos 24 minutos, na transformação de um livre, Samaris tentou a sua sorte, mas o remate saiu por cima, sem assustar Makaridez.
E, em contra-ataque, até foi o Vitória a criar o primeiro lance de verdadeiro perigo da partida. Cruzamento da esquerda e Zequinha, ao segundo poste, antecipou-se a Grimaldo, falhando o alvo por muito pouco. O jogo viveu, enfim, alguns momentos de emoção e, na outra baliza, na sequência de um livre de Pizzi, e Samaris cabeceou como mandam as regras, mas para defesa segura do guarda-redes contrário.
Samaris quase marca, mas intervalo chega com 'nulo' no marcador
A pressão do Benfica intensificou-se nos minutos finais do primeiro tempo e pela primeira vez sentiu-se que um Vitória em dificuldades. Pizzi, numa jogada de insistência, rematou forte, mas às malhas laterais e, já no período de descontos, na sequência de um pontapé de canto, Samaris - o mais perigoso dos visitantes no primeiro tempo - surgiu a cabecear em antecipação, ao primeiro poste, com muito perigo.
Foi o mais perto que o Benfica esteve de marcar nos primeiros 45 minutos, mas o intervalo chegou mesmo com as duas equipas 'a zeros'.
Arranque louco de segundo tempo
Se na primeira parte a emoção foi pouca, a segunda começou a todo o gás. A defesa do Benfica entrou ' a dormir' e o Vitória de Setúbal aproveitou para marcar logo no primeiro minuto do segundo tempo. Zequinha meteu para o coração da área 'encarnada', onde apareceu Carlinhos, livre de marcação, a dominar e a atirar para o fundo das redes.
A viver uma série complicada de resultados, pensou-se que o Benfica poderia acusar o golo, mas as 'águias' reagiram bem. Depois de um canto de Pizzi e corte de Ghilas o jogo prosseguiu, mas Rúben Dias ficou caído no relvado. João Pinheiro conferenciou com o VAR, foi ver as imagens e assinalou grande penalidade. Na transformação da mesma, Pizzi, que na anterior jornada tinha falhado dois penáltis, desta feita não perdoou e restabeleceu a igualdade.
Motivado pelo golo do empate, o Benfica continuou em ritmo elevado e Vinícius voltou, pouco depois, a atirar a bola para o fundo da baliza de Makaridze, mas estava em fora-de-jogo. De seguida, foi Chiquinho a testar as qualidades do guarda-redes do Vitória, que esteve à altura.
Benfica mais dominador, novo penálti...mas desta feita ao lado
O ritmo voltou a baixar um pouco. O Benfica continuava a passar mais tempo no meio-campo setubalense, mas o fulgor do golo foi-se esfumando e os lances de perigo voltaram a escassear. mais intenso e a conseguir criar mais lances de perigo. A exceção foi um remate de Pizzi ligeiramente por cima, após cruzamento do recém-entrado Dyego Souza, segunda aposta vinda do banco de Lage, que já tinha feito entrar Rafa.
À passagem do minuto 74, contudo, novo penálti para o Benfica, depois de um cruzamento de Grimaldo bater na mão de Artur Jorge. Desta feita, porém, Pizzi atirou ao lado, falhando a terceira grande penalidade em dois jogos.
Ainda faltava mais de um quarto de hora para o final do encontro, mas não mais o Benfica conseguiu ameaçar verdadeiramente a baliza de Makaridze. O Vitória controlou bem no setor defensivo e a igualdade subsistiu mesmo até ao fim. O Benfica somou o terceiro empate consecutivo e nos últimos oito jogos só ganhou um. A crize agudiza-se para os lados da Luz.
terça-feira, 3 de março de 2020
BENFICA - 1 MOREIRENSE - 1 - VERGONHA
Desperdício
E pronto, está consumado o desperdício completo da vantagem confortável que tínhamos conseguido construir no topo da tabela. Oito pontos perdidos em apenas quatro jogos significaram a literal entrega do ouro aos bandidos, depois de mais um jogo em que repetimos os equívocos que já se vão tornando um hábito.
Começámos o jogo com o mesmo onze que venceu em Barcelos na última jornada. Uma dupla de médios de maior contenção no Samaris e no Weigl, mas neste jogo o alemão apareceu mais frequentemente em zonas um pouco mais adiantadas, ficando o Samaris mais recuado. O Benfica tomou conta do jogo desde o apito inicial, com o Moreirense a responder apenas em contra-ataques muito esporádicos, mas que ainda assim deram para criar uma ocasião de perigo, resolvida pelo Vlachodimos. Achei que mais uma vez voltámos a mostrar falta de agressividade na reacção à perda da bola, sendo frequentes as situações em que o jogador adversário, depois de recuperada a bola, conseguia progredir quarenta ou cinquenta metros sem que nenhum jogador do Benfica lha caísse em cima ou apertasse. Para isto contribui bastante a falta de apetência dos nossos alas para defender quando perdemos a bola, em especial do Pizzi, que eu vejo repetidas vezes a recuperar a passo. Mas o Benfica esteve claramente por cima durante toda a primeira parte e conseguiu criar diversas oportunidades para marcar, que foi desperdiçando ou por má finalização, ou por infelicidade, ou por mérito da defesa e guarda-redes adversários, que se acantonavam na sua área e iam barrando os caminhos para a baliza. Hoje aliás voltámos a ver um Benfica muito mais rematador, algo que tinha andado ausente dos últimos jogos. Taarabt, Pizzi, Rafa, Samaris e até o Rúben Dias, que apareceu a apoiar o ataque como se fosse um avançado ou extremo, tiveram ocasiões que podiam e deveriam ter acabado em golo, com a bola em algumas dessas ocasiões a passar a centímetros da baliza. Como vem sendo habitual, Taarabt e Rúben Dias eram dos principais impulsionadores da equipa, com o Tomás Tavares demasiado encolhido e a evitar aventurar-se no ataque, preferindo jogar quase sempre pelo seguro - já agora, os assobios por parte do público a um jogador que, não estando a jogar com confiança, opta por não arriscar certamente que não serão uma ajuda para lhe recuperar a confiança.
Isto alterou-se logo no início da segunda parte. O Benfica continuou bastante por cima do adversário - aliás, ainda mais por cima, porque conseguiu aumentar o ritmo do jogo. Imagino que alguma coisa terá sido dita ao Tomás Tavares, porque ele apareceu muito mais adiantado e os resultados foram imediatos. Um passe longo a solicitar a sua entrada acabou num penálti assinalado a nosso favor quando o seu cruzamento foi cortado pelo braço de um jogador do Moreirense. Chamado à conversão, o Pizzi fez o guarda-redes cair para um lado e atirou para o outro... ao lado da baliza. Quase na jogada seguinte, novo passe longo do Samaris a abrir no Tomás Tavares na direita, cruzamento perfeito para a boca da baliza, e de alguma forma o Pizzi conseguiu não marcar golo e acertar de forma atabalhoada na bola de forma a enviá-la ao poste. Depois o Rafa aproveitou a atrapalhação entre um defesa e o guarda-redes do Moreirense e fez golo, mas o VAR assinalou um toque do Pizzi com a mão e o golo foi invalidado. Obviamente que estes dois lances terão contribuído para aumentar o nervosismo de uma equipa que está numa sequência má de resultados e que via o tempo passar sem que o golo chegasse, apesar de estar claramente a dominar o jogo. Nestas situações o meu nervosismo aumenta também porque acho que é imperioso conseguirmos marcar antes que o treinador decida mexer na equipa. É que nos últimos tempos é mais que certo que a primeira alteração é sempre para meter mais um avançado. Desta vez não havia o Seferovic (lesionado) mas havia o Dyego Sousa (eu ainda estou a tentar perceber qual a utilidade desta contratação). Vejamos: o Benfica está claramente em cima do adversário, está a construir ocasiões de golo umas a seguir às outras, temos pelo menos mais meia hora para jogar. Qual a necessidade de fazer alterações tácticas? Se fosse trocar um jogador por outro para refrescar a equipa, acharia normal. Mas ao trocar o Weigl pelo pinheiro Sousa o equilíbrio da equipa foi destruído. O Samaris a descair mais sobre a esquerda e o Weigl sobre a direita iam dando o equilíbrio necessário a uma equipa cujos alas não defendiam. Não foi coincidência que apenas minutos depois desta alteração, e praticamente na primeira vez que o Moreirense passou do meio campo na segunda parte, tivesse chegado ao golo. Vejam, se puderem, a repetição do lance. O lateral esquerdo do Moreirense arranca ainda antes do meio campo e o Pizzi fica literalmente a marcá-lo com os olhos, sem reacção. Depois foi fazer um 2x1 fácil sobre um desprotegido Tomás Tavares, cruzamento e golo. A partir daqui todos percebemos que seria muito difícil darmos a volta à situação. Não critico muito os jogadores, que bem ou mal continuaram a dar tudo para chegar ao golo, mas o Moreirense fechou-se ainda mais atrás e a tendência do Benfica era agora tentar cruzamentos que eram na maioria das vezes facilmente afastados. A troca do Rafa pelo Cervi foi positiva e dinamizou a ala esquerda, mas a troca do Taarabt pelo Jota foi difícil de perceber. Até percebo a lógica de colocar o Jota em campo, já que a estratégia passava por cruzar bolas para a área, mas retirar um dos principais dinamizadores do jogo e deixar o Pizzi em sub-rendimento até final para mim não fez sentido. Um penálti sobre o Cervi ainda nos permitiu chegar ao empate pelo Pizzi, na recarga depois de ter voltado a falhar o penálti, mas já não deu para mais e acabámos assim por entregar a liderança num jogo em casa contra o Moreirense.
Rúben Dias, Taarabt ou Samaris foram os que estiveram em maior evidência. O Cervi entrou bem no jogo e acho que não se justifica que tenha perdido a titularidade. O Pizzi esteve desastroso neste jogo. Não vou fazer dele o vilão, até porque já perdi a conta ao número de vezes em que foi ele a resolver jogos a nosso favor. Mas o Pizzi atravessa uma fase de claro sub-rendimento e dar-lhe lugar cativo na equipa ou mantê-lo em campo o jogo todo, ainda por cima quando ele parecia claramente afectado pelo penálti falhado, é na minha opinião um erro.
Estamos agora na situação em que ninguém quer estar: dependentes de terceiros. A culpa é exclusivamente nossa. Não podemos estar sempre a repetir erros e a fazer as coisas exactamente da mesma maneira à espera de resultados diferentes. Não é assim que conseguiremos dar a volta a esta situação.
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