segunda-feira, 26 de maio de 2025

TAÇA DE PORTUGAL - BENFICA - 1 SPORTING - 3

 

Benfica-Sporting


Superior em larguíssima parte da final deste domingo, 25 de maio, da Taça de Portugal, o Benfica sofreu o empate (1-1) aos 90'+11' e acabou por ceder no prolongamento diante do Sporting (1-3). Desfecho injusto num contexto com decisões de arbitragem que muito penalizaram as águias.

Horas antes da partida, já uma enorme mancha encarnada a perder de vista cobria as imediações da Bancada Norte do Estádio Nacional. Tendas, mantas e engenhosas construções para mitigar os efeitos do inclemente sol, onde havia espaço, serviam de casa a Benfiquistas provenientes de todo o país.

Nos cânticos que acompanham o Glorioso para todo o lado e no fumo que se erguia das churrasqueiras, onde as sardinhas e o porco no espeto ocupavam o trono destinado aos reis, sentia-se toda a essência da romaria ao Jamortão querida do universo encarnado.

Quando faltava 1 hora para o apito inicial, longas filas começaram a formar-se no acesso à bancada. Após o derradeiro gole numa bebida fresca, o convívio ficava para trás e começava a sentir-se a eletricidade das grandes decisões. Num instante, a Onda Vermelha fazia-se notar em todo o seu esplendor e os jogadores sentiram toda a sua energia na subida ao relvado para o período de aquecimento.

Benfica-Sporting

Para a missão de conquistar a 27.ª Taça de Portugal, Bruno Lage apostou num onze formado por Samuel Soares, Tomás Araújo, António Silva, Otamendi, Álvaro Carreras, Florentino, Kökcü, Dahl, Aktürkoğlu, Bruma e Pavlidis.

Ultrapassada a cerimónia de abertura e o entoar do Hino Nacional, a bola começou a rolar no tapete verde do Estádio Nacional às 17h17.

Aos 5', surgiu o primeiro aviso do BenficaFlorentino recuperou a bola no meio-campo adversário, tocou-a para Pavlidis, e este serviu Kökcü, que rematou forte para defesa apertada de Rui Silva. Na resposta, Geny Catamo disparou pela direita, invadiu a área, e António Silva manteve posição e cortou o cruzamento do jogador do Sporting.

Velozes e incisivas, as águias continuaram a criar perigo, e, aos 10', Gonçalo Inácio esticou-se para evitar que Aktürkoğlu se isolasse perante o guarda-redes leonino.

Benfica-Sporting

No minuto seguinte (11')Kökcü cruzou para a área e a bola sobrou para Bruma, cujo remate foi bloqueado por Gonçalo Inácio, com o braço esquerdo. O árbitro Luís Godinho assinalou grande penalidade, mas, feita a análise pelo VAR, foi detetado um fora de jogo de 26 centímetros de Kökcü no início da jogada e o castigo máximo foi revertido.

Um novo lance polémico ocorreu na área do Sporting, aos 19'Dahl caiu após um despique com Hjulmand, mas o árbitro entendeu que o jogador do Benfica simulou e mostrou-lhe o cartão amarelo.

Sem dar tempo ao adversário para respirar, os encarnados continuaram lançados no ataque e, aos 20', construíram uma ocasião flagrante. Na sequência de novo roubo de bola de FlorentinoBruma lançou Pavlidis, e este rematou forte para defesa de Rui Silva, que desviou o esférico para o poste direito. Bruaá na Bancada Norte, que, de imediato, aumentou os decibéis dos cânticos de incentivo ao Glorioso!

Benfica-Sporting

Aos 28', o Benfica desenhou mais uma bela jogada de ataqueSamuel Soares fez um passe longo para Pavlidis, que tocou de primeira para Aktürkoğlu. Este fez o passe a rasgar para Bruma, que entrou na área e viu o seu remate sair por cima da barra, após um desvio em Gonçalo Inácio. No respetivo pontapé de cantoDahl cruzou para Pavlidis, e este cabeceou ligeiramente por cima.

Com os encarnados a carregar e a Bancada Norte a acompanhar as investidas a compasso, surgiram mais 2 momentos perigosos. Aos 39'Aktürkoğlu arrancou pelo corredor central e foi desarmado, in extremis, por St. Juste quando se preparava para finalizar, e, aos 42'Pavlidis não chegou por muito pouco a um cruzamento rasteiro de Álvaro Carreras.

Nos derradeiros instantes da 1.ª parte, o primeiro remate perigoso do Sporting. Gyökeres recebeu na área, ganhou espaço e rematou cruzado para defesa atenta de Samuel Soares.

Benfica-Sporting

Se o resultado ao intervalo não refletia o domínio do Benfica, a 2.ª parte trouxe justiça ao marcador. Logo aos 47'Kökcü recebeu a bola à entrada da área, puxou a culatra atrás e disparou rasteiro junto ao poste esquerdo para o 1-0Golaço! Nos festejos, o internacional turco correu para a pista de tartã e festejou juntou ao vulcão encarnado, que, finalmente, podia entrar em erupção!

Embalado e confiante, o Benfica voltou ao ataque e, aos 50'Bruma colocou a bola dentro da baliza após uma grande jogada de entendimento que também envolveu Tomás Araújo e Pavlidis. No entanto, alertado pelo VAR, Luís Godinho foi rever as imagens e assinalou uma falta de Álvaro Carreras sobre Trincão "na fase inicial da jogada"anulando o 2-0, já aos 53'.

Benfica-Sporting

O supracitado lance acabou por retirar algum ímpeto ao Benfica, o jogo ficou mais equilibrado e, aos 70', Bruno Lage promoveu as primeiras 2 alteraçõesRenato Sanches e Schjelderup entraram para os lugares de Kökcü e Aktürkoğlu.

Já após as entradas de Aursnes e Belotti por Tomás Araújo e Pavlidis (77')Schjelderup roubou a bola a Eduardo Quaresma junto à linha lateral e serviu Belotti, que, em boa posição, esbarrou na mancha de Rui Silva (81').

A partida seguiu, então, sem grandes incidências até aos 90', quando subiu a placa com a indicação de 10 minutos de compensação. Estava lançado o mote para mais apoio das bancadas, com os pés a baterem na pedra e a fazerem o estádio tremer, como no velhinho Estádio da Luz, quando Barreiro rendeu Bruma, aos 90'+1'.

Dos 90'+4' para os 90'+5'momento determinante da partida. Num lance em que procurava guardar a bola junto à bandeirola de canto, Belotti foi ao chão, foi atingido pelo cotovelo de Maxi Araújo e, logo a seguir, deliberadamente pisado na cabeça por Matheus Reis. A equipa de arbitragem liderada por Luís Godinho marcou falta a favor do... Sporting e a situação não mereceu qualquer intervenção do VAR.

Benfica voltou a estar perto do 2-0 aos 90'+5', mas Barreiro, após uma excelente jogada coletiva, viu Rui Silva sacudir o esférico para canto.

No entanto, as águias acabaram por ceder quando o jogo estava muito perto do fim. Aos 90'+9', ainda no meio-campo do Sporting, Trincão fugiu à marcação e lançou Gyökeres, que entrou na área e foi tocado por Renato Sanches. O árbitro assinalou penálti, e o jogador sueco converteu-o no 1-1, já aos 90'+11', atirando o dérbi para o prolongamento.

Benfica-Sporting

Já após ter passado em claro a árbitro e VAR o braço de Harder a atingir a face de Otamendi aos 95', os leões colocaram-se em vantagem.

Na sequência de um canto ganho após grande defesa de Samuel Soares no mano a mano com Gyökeres, a bola sobrou para Trincão, que cruzou para Harder fazer o 1-2, aos 98'O lance ainda foi revisto pelo VAR, que não detetou infração.

Mesmo com a fadiga a instalar-se, o Benfica foi buscar forças à alma e lançou-se para a frente à procura do empate. Esteve perto aos 102', quando Otamendi finalizou uma boa jogada pelo lado direito à figura de Rui Silva. No minuto seguinte, Bruno Lage lançou a última cartada vinda do banco, trocando Dahl por Di María.

Benfica-Sporting

Aos 113'Aursnes subiu pelo lado direito e cruzou para o coração da área, onde Quenda tirou o pão da boca a Schjelderup. Aos 117' e aos 118', foi a vez de Di María testar a pontaria: primeiro, rematou ligeiramente por cima, e, depois, de livredisparou à figura do guardião adversário.

Com as águias totalmente balanceadas em busca do empate, Trincão transformou um contra-ataque no 1-3 final, aos 120'+1'.

Encerradas as contas nacionais na temporada 2024/25, o plantel do Benfica volta a reunir-se, do ponto de vista competitivo, para a disputa do Mundial de Clubes nos Estados Unidos da América. O jogo de estreia (1.ª jornada do Grupo C) na competição será frente aos argentinos do Boca Juniors e está aprazado para as 23h00 do dia 16 de junho (segunda-feira), no Hard Rock Stadium, em Miami.

domingo, 18 de maio de 2025

CAMPEÃO NACIONAL 2024/2025

 A festa fechou com muita luz e cor no estádio José Alvalade.

Fogo de artíficio, espectáculo de luzes e 'We Are The Champions' no relvado para os novos campeões
A festa dos bicampeões no relvado epa12111131

Os jogadores do Sporting festejaram hoje com fogo-de-artifício, no relvado do Estádio José Alvalade, o título “mais difícil” dos três conquistados nas últimas cinco épocas, mas o qual não tiveram dúvidas de que acabariam por celebrar.

Um a um, os ‘leões’ foram cumprimentados pelo presidente do clube, Frederico Varandas, antes de Hjulmand, que “andava há quase um ano a pensar nisso”, erguer o troféu e despoletar a festa no relvado, onde tiveram a companhia de muitos familiares.

Veja o vídeo

“É especial, com tantas dificuldades que passámos e que nós, jogadores, não podemos controlar. Foi duro, foi difícil, mas o clube mostrou a sua qualidade e no final fomos a melhor equipa em Portugal. Nem por um único momento tive dúvidas”, exultou o capitão.

O dinamarquês referia-se a uma onda de lesões pela qual a equipa nunca tinha passado, de acordo com Matheus Reis, mas também a duas mudanças de treinador após a saída de Rúben Amorim para o Manchester United, rendido por João Pereira e, depois, por Rui Borges.

Nos festejos em Alvalade, naturalmente, esteve apenas o último dos três, com todos os jogadores que ainda se encontram lesionados a integrarem a festa, com Nuno Santos, Daniel Bragança e João Simões a descerem também ao relvado.


Mas esse dado não foi esquecido por Matheus Reis, questionado sobre se este foi o mais complicado dos três títulos que conquistou desde que chegou ao Sporting.

“Com certeza! Depois de três treinadores diferentes, muitos jogadores lesionados, algo que nunca tínhamos passado por isso, foi o mais difícil. Mas é isso que torna ainda mais bonita a conquista. Fomos muito merecedores do bicampeonato”, atirou o defesa, antes de regressar à festa.

Nesse momento, as bancadas do Estádio José Alvalade ainda se encontravam repletas, uma vez que poucos adeptos arredaram pé antes de Reinado Teixeira, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, entregar aos jogadores as medalhas e o troféu de campeão, que foi levado para o centro do relvado por um antigo guarda-redes dos 'verde e brancos', Beto Pimparel, atualmente embaixador da Liga.

Depois, aos poucos, as bancadas foram ficando semivazias, com muitos dos cerca de 49 mil adeptos que assistiram ao triunfo sobre o Vitória de Guimarães (2-0), que valeu o 21.º título ao clube, a começarem a encaminhar-se para o Marquês de Pombal, onde irão terminar os festejos do título.

Foi já nesse período que João Simões, jogador da formação do Sporting promovido este ano à equipa principal, precisamente, para fazer face à vaga de lesões no ‘meio-campo’, destacou a “família” que constitui o grupo de bicampeões.

“Nunca tive dúvidas, sempre tivemos a certeza do que tínhamos de fazer, jogo a jogo, conquistar os três pontos, voltar a trabalhar e as contas fazem-se no final. E assim foi”, destacou o jovem, de 18 anos.

Simões, de resto, ainda se encontra a recuperar de uma fratura num metatarso, que motivou uma intervenção cirúrgica, mas destacou a união do grupo perante as adversidades.

“Custa muito, porque queremos sempre ajudar. Mas sabemos que eles, lá dentro, também estão a lutar por nós, que estamos de fora. É sempre aquele sofrimento, mas com uma confiança enorme na equipa e na família que somos”, desabafou o médio, estreado pelo treinador João Pereira, entre a saída de Ruben Amorim e a chegada de Rui Borges.

Depois, Simões juntou-se ao resto da equipa, no centro do relvado, para assistir ao espetáculo e ao fogo-de-artifício que encerraram os festejos no estádio.

Os jogadores foram, depois, deixando o relvado, acompanhados, na sua maioria, pelas mulheres e companheiras, mas também pelos respetivos filhos.

Ainda houve tempo para uma refeição rápida, numa zona reservada do estádio, antes de começarem a subir aos veículos sem cobertura que os levam ao Marquês de Pombal, onde vão celebrar com milhares de adeptos pela noite dentro.

BRAGA - 1 BENFICA - 1 - EMPATE

 Benfica empata em Braga (1-1) na última jornada da I Liga, num jogo marcado por uma reviravolta falhada, um penálti polémico e a expulsão de João Moutinho, permitindo ao Sporting sagrar-se bicampeão.

Pavlidis empata, mas águias falham voo final na Pedreira e entregam título ao Sporting
Francisco Chissumba disputa a bola de Akturkoglo @HUGO DELGADO/LUSA © 2024 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Na Pedreira, o jogo da última jornada da I Liga entre SC Braga e Benfica prometia emoções, mesmo que as possibilidades matemáticas dos encarnados se esfumassem ao mínimo tropeço. E, tropeço ou não, a verdade é que a tarde minhota se revelou um retrato fiel da temporada benfiquista: algum domínio, momentos de inspiração, mas também muita intermitência, ansiedade e pouca eficácia no momento certo.

O empate (1-1) espelhou isso mesmo e confirmou que o título, esse, vai mesmo para Alvalade.

Um início solto, mas sem chama

Os primeiros minutos mostraram vontade de ambas as equipas. Racic tentou logo aos 60 segundos, mas o remate foi demasiado ambicioso e saiu por cima da baliza de Trubin.

Aos 6', Leandro Barreiro teve o 0-1 nos pés após um ressalto feliz, mas desperdiçou o golo com um remate ao lado, já isolado frente a Hornicek.

Com o FC Porto a vencer cedo no Dragão, o Braga perdia desde logo a possibilidade de lutar pelo 3.º lugar, mas isso não lhes retirou o ímpeto competitivo.

Zalazar muda o jogo

Aos 20 minutos, o momento que virou o rumo da primeira parte: Ricardo Horta caiu na área após um pisão de Tomás Araújo. O árbitro Miguel Nogueira hesitou, mas o VAR chamou-o à razão. Grande penalidade assinalada e, aos 26’, Rodrigo Zalazar encheu o pé e atirou para o ângulo, sem hipóteses para Trubin. Um golaço e um balde de água fria para os encarnados, que até aí dominavam as operações.

Logo depois, Pavlidis pediu penálti na área adversária, mas o árbitro nada assinalou.

O Benfica, ferido, tentou responder: o grego tentou um chapéu a Hornicek (37’) e, logo a seguir, Trubin teve de se aplicar a remates de Gómez e Roger.

No último suspiro do primeiro tempo, o jovem norueguês Schjelderup perdeu a bola de forma displicente, Roger ficou isolado, mas Trubin, com uma mão milagrosa, manteve o 1-0.

Ao intervalo, a vantagem bracarense era justa. O Benfica acusou o golo, perdeu confiança, e o Sp. Braga, sereno e organizado, conseguiu explorar o espaço com critério.

Pressão, resposta... e expulsão

O recomeço trouxe um Braga personalizado e perigoso. Zalazar voltou a ameaçar de longe (49’), forçando mais uma defesa apertada de Trubin. Do outro lado, as notícias chegadas de Alvalade eram más para o Benfica: o Sporting marcava e segurava, com firmeza, o título.

Mesmo assim, os encarnados queriam despedir-se com dignidade. Aos 63 minutos, num lance de insistência, Di María foi maestro, Pavlidis executante. O argentino serviu o grego pela direita, que, com sangue-frio, colocou a bola entre o poste e Hornicek, fazendo o empate. Estava relançado o jogo.

E ainda mais ficou quando, apenas três minutos depois, João Moutinho viu o segundo cartão amarelo por entrada perigosa sobre Belotti. Braga com 10, Benfica com tudo para carregar até final.

Águias tentam, mas não descolam

Os últimos 20 minutos foram de domínio encarnado. Belotti e Di María tomaram conta da frente, Pavlidis aparecia em todo o lado e Kokçu tentava organizar. Mas faltou sempre o último toque, a frieza dentro da área, a tal centelha de campeão.

O Braga, mesmo em inferioridade, mostrou carácter. Recuou linhas, juntou setores e defendeu com alma, deixando pouco espaço para a avalanche final benfiquista. Mesmo assim, nos minutos finais, foram os minhotos quem protagonizaram três grandes oportunidades, brilhantemente anuladas por Turbin. O empate manteve-se até ao apito final.

Fim amargo para o Benfica, sinal de estabilidade para o Braga

O 1-1 não serviu a ninguém, mas resumiu a temporada. Para o Benfica, fica a frustração de não ter conseguido transformar posse e talento em títulos. O regresso de Bruno Lage não teve o impacto desejado e as águias fecham a época com sabor a pouco.

Para o Braga, o 4.º lugar é um sinal de estabilidade, ainda que abaixo do que o plantel permite sonhar. Zalazar despediu-se da temporada em grande e a expulsão de Moutinho não manchou o espírito combativo da equipa. A Pedreira fechou as portas em festa contida – mas com orgulho na identidade.